Os proprietários, de longa data, compartilham o interesse pelo cultivo dos frutos dessa árvore do Mediterrâneo, de cultura milenar, cujo início remonta a 6.000 a.C.

O desafio de cultivar oliveiras em solo gaúcho começou a se tornar realidade a partir de agosto de 2016, quando foi adquirida a antiga Fazenda QUERO QUERO, no município de Pinheiro Machado-RS. A fazenda passou a se chamar Fazenda Lanceiros Negros, por estar localizada no pé do Cerro dos Porongos, lugar histórico onde se travou uma das batalhas da Guerra dos Farrapos.

Da idealização do projeto à implantação do cultivo, o primeiro passo desta trajetória foi procurar e escolher o lugar para a materialização deste sonho: o melhor terroir brasileiro para a olivicultura.

A Fazenda Lanceiros Negros fica neste lugar, no limite da Serra do Sudeste e da Campanha Gaúcha, quase 400 metros acima do nível do mar, na linha do Paralelo 31° Sul, considerado ideal para a fruticultura.

As condições climáticas da região são um diferencial. O clima seco e a amplitude térmica favorecem o desenvolvimento da árvore e dos frutos, com 400 horas anuais abaixo de 7 graus e muitos dias ensolarados e secos.

Assim como nos vinhos, diferentes variedades de azeitonas são utilizadas na elaboração dos azeites. E a partir de 2017 começou o plantio das oliveiras, inicialmente com as variedades Arbequina (espanhola), Arbosana (espanhola), Coratina (italiana), Frantoio (italiana), Koroneiki (grega) e Picual (espanhola).

A Fazenda possui 175 ha, com aproximadamente 90 ha de pomar e em torno de 24.500 árvores. A média é de 272 árvores por hectare, com o espaçamento de 5 metros entre árvores e 7 metros entre linhas de plantio. No desenvolvimento do plantio, a mata nativa e as nascentes do Arroio Candiotinha foram totalmente preservadas.

Nosso olival se desenvolve graças aos intensos trabalhos e cuidados com o cultivo e suas fases, desde adubação, podas, controle de pragas, floração e colheita.

A primeira colheita ocorreu no verão de 2021, com uma grande safra de 38,5 toneladas de azeitonas, que renderam 4.800 litros de azeite extravirgem, e obteve no Laboratório da Embrapa excelentes indicadores de qualidade.

Estes números ganham importância por se tratar de uma primeira safra em apenas 28 hectares, com quantidade e qualidade de um azeite fresco que demonstra a força do produto feito em terras gaúchas.